sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

CAPÍTULO 2: FELIZ NATAL!

Dormi durante toda a noite que nem uma pedra, mesmo com um mês a dormir, sentia-me exausta.
A manhã já ia longe quando acordei, ao meu lado, estava a minha eterna companheira, a minha avó.

- Bom dia - lancei um sorriso de orelha a orelha.

- Que saudades desse sorriso! - fez-me a sua típica festa na cara e um beijo na testa.

- Acho que preciso dum bom banho - levantei-me da cama um pouco apreensiva mas não houve tonturas nem nada do género. - e não avó, não preciso nem quero ajuda. - sorri.

Saí em direção à casa-de-banho daquela enfermaria partilhada com mais três crianças e um idoso com a roupa lavada debaixo do braço e tomei um banho rápido.
Não era adepta de banhos rápidos, mas este soube-me especialmente bem. A água a cair pela minha pele, fez-me sentir viva, como se a vida me tivesse dado uma segunda oportunidade.
Vesti-me e fui novamente até ao lugar onde estava a minha cama, deitando-me de seguida.

- Vou ficar aqui durante muito mais tempo? - perguntei ao médico que estava a auxiliar um menino da cama ao lado da minha

- Não menina - respondeu-me com toda a serenidade do mundo - amanhã terá alta, hoje fica para que os médicos neurologistas avaliem os seus exames e para tratar das últimas burocracias - informou-me detalhadamente.

Fiquei contente ao ouvir essa maravilhosa notícia, não pude deixar de sorrir.

Esse sorriso desvaneceu-se ao ouvir um grande alvoroço à porta do "meu quarto".
Olhei confusa para a minha avó e ela para mim, partilhava comigo a ignorância de não saber o que se estava a passar.

- Podemos? - espreitou pela porta uma senhora com um gorro do pai natal.

As crianças que havia naquele quarto mostraram o entusiasmo característico quando vários rapazes entraram pela porta com um saco cheio, visivelmente de presentes.
Começo a prestar atenção e foco bem o meu olhar no fato que traziam vestido... equipamento de saída do Sport Lisboa e Benfica, o clube do meu coração.
Pela porta pude reconhecer perfeitamente os três atletas destacados: Rodrigo, Cardozo e ... o meu coração parou com tal beleza.


Aquele sorriso fez fervilhar o sangue que me corria nas veias e acelerar fortemente o meu coração.
Agradeci mentalmente por não ter nenhuma máquina ligada a mim.
Começaram a entrar e a partilhar momentos únicos no mundo tão limitado daquelas crianças, oferecendo-lhes prendas, posando para fotos e dando autógrafos.
Por último fiquei eu, à medida que os via aproximar ia ficando mais nervosa.
Os primeiros foram o Rodrigo e o Cardozo.

- E aí garota, qué qui cê tem? - perguntou duma forma descontraída e cómica, o que me levou a rir.
A minha avó acompanhou-me.

- Tive um acidente na escola acabei por ficar em coma algum tempo.

- Então diz-me, és do Benfica? - agora foi a vez do Cardozo intervir.

- Claro que sim! Desde que nasci, sou adepta, sócia, simpatizante e seguidora. - sorri.

- Então 'cê acabou de acordar bem a tempo dji ver o Benfica sendo campeão - a gargalhada foi geral o que despertou a atenção do Pablo.

- Que se passa de tão engraçado? - perguntou curioso.

- Esta benfiquista tem piada - piscou-me o olho.

- Piada mas não tem prenda... são mini kits - uma sensação de constrangimento sobressaiu-lhes na cara.

- Não se preocupem com isso, gostei destes minutos - lancei um sorriso reconfortante.

Uma senhora entra no quarto e dá-lhes indicação para continuar a visita. Eles acenam com a cabeça e dirigem-se à porta do quarto.
Pisquei o olho à minha avó, feliz.
Vi-os abandonar aquela divisão à exceção do Pablo, que hesita e volta para trás.

- Não tenho prenda, mas não podes ficar sem uma lembrança - levou a mão ao pulso e retirou uma pulseira de couro que usava.


- Posso? - pediu-me e a minha avó arregalou os olhos deixando-me sair daquele transe que estava.

Abanei afirmativamente a cabeça e ele colocou-ma.

- Obrigado, não era necessário, não abusando posso pedir-te uma foto?

- Claro que sim! - abriu aquele extraordinário sorriso e posámos para a foto que a minha avó nos tirou com o meu telemóvel.


Como irá ficar esta visita?

domingo, 30 de dezembro de 2012

CAPÍTULO 1: A CONFUSÃO

Abri os olhos, via meio nublado, não conseguia decifrar o local onde estava, apenas sentia uma dor na zona abdominal que provocava alguma insuficiência respiratória.
Conseguia sentir algo a apertar-me na cara. Quando aquela neblina se tornou algo nítido, consegui ver que era um quarto de hospital e uma máquina levou-me a concluir que o que tinha na cara era uma máscara respiratória.
Os meus olhos abriram completamente e assim que isso aconteceu uma multidão aproximou-se. Podia reconhecê-los apenas apelo cheiro: a minha mãe, o meu pai, a minha avó, o meu irmão e dois médicos com uma enfermeira.
Estava confusa, não sabia nem me lembrava de nada.

- O que está a acontecer? Onde estou? O que se passou? - atropelei-me em perguntas enquanto tentava retirar a máscara de oxigénio, sendo impedida pela enfermeira.

- Não fique nervosa, foi encontrada desmaiada no wc da escola. - resumidamente a enfermeira respondeu-me.

Verificou tudo o que queria e retirou-se.

- Não me lembro de nada mãe, que dia estamos? - perguntei.

- Estamos a 23 de Dezembro - nenhum dos presentes conseguiu conter a emoção de ver-me acordada.

O médico pediu para saírem todos e visitarem-me individualmente.
Ao meu lado, estava uma criança de sensivelmente cinco anos, tal como mais duas camas que estavam à minha frente.
Naquele quarto ficou a minha avó.

- O que aconteceu? - perguntei.

- Como a enfermeira disse, foste encontrada desmaiada no wc da escola, trouxeram-te para o hospital e entraste em como, os médicos dizem que bateste com a cabeça.

- À quanto tempo estive em coma?

- Um mês, mas agora estamos muito contentes por finalmente teres aquietado os nossos corações.

- Menina, pode tirar a máscara, já não precisa - ajudou-me o médico.

A minha avó abraçou-me e quando o médico abriu a porta para sair algo chamou a minha atenção.

- Porque é que toda a gente está apressada lá fora?

- Não sei querida, ouvi dizer que vinha uma daquelas equipas que jogam à bola visitar os doentes, mas agora é melhor descansares. - sorri-lhe e fechei os olhos.
A minha avó fez-me uma festa na cabeça e deu-me um beijo na testa.
Voltei ao mundo dos sonhos, curiosa por saber o que havia perdido naquele mês em que estive em lado nenhum.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Personagens

Sofia: 

Nome: Sofia de Oliveira
Idade: 23
Profissão: Estudante
Vida Pessoal: Mora com a avó devido à situação profissional dos pais que moram em Espanha.
Psicológico: Simpática, querida, extrovertida, meiga, teimosa, orgulhosa, rancorosa.

Clara:

Nome: Clara Mendonça
Idade: 24
Profissão: Estudante
Vida Pessoal: Vive sozinha depois da separação dos pais, é estudante universitária e trabalha como barman numa discoteca a part-time.
Psicológica: Decidida, ciumenta, divertida, vaidosa, orgulhosa, egoísta.


Pablo Aimar:


Nome: Pablo Aimar
Idade: 33 anos
Profissão: Jogador de Futebol

David Luiz


Nome: David Luiz
Idade: 25 anos
Profissão: Jogador de Futebol

Todas as parecenças com a realidade é pura coincidência!
Trata-se apenas duma história, nada é real.